domingo, 7 de julho de 2013

Bolo de limão


De vez em quando alguma coisa dá muito errado na cozinha (acontece com todo mundo, né?), e no geral eu fico bem aborrecida, principalmente quando acontece porque eu estava distraída.

A grande mancada foi semana passada. Era meu aniversário e chamei minha família e uns amigos para fazermos uma festinha junina no salão do prédio. Assei um pernil, minha irmã fez um caldinho de feijão maravilhoso, minha mãe trouxe cuscuz e quentão, minha amiga Claudia preparou paçoca com carne seca, e outras pessoas trouxeram bolo e docinhos.

Decidi fazer bolo Romeu e Julieta, mas sem glúten, para que uma amiga que é celíaca pudesse comer. Planejei fazer um naked cake (veja aqui que coisa linda) recheado com goiabada cremosa e cream cheese com chantilly. Assim que terminei de montar o bolo, ele começou a inclinar perigosamente. E antes que eu pudesse fazer alguma coisa e cobrir o bolo, ele começou a desmoronar, coisa de louco! Resolvi não sofrer por causa disso, afinal não valeria a pena estragar o prazer da festinha, e transformei o bolo num pavê. O engraçado é que eu já fiz bolo de festa sem glúten, em camadas. Só que desta vez não funcionou, infelizmente.

Mas ontem, quando fiz este bolo de limão, coloquei metade numa forma retangular de silicone mas esqueci de enfarinhá-la antes, e o fundo do bolo ficou todo na forma quando fui desenformá-lo. A outra metade da massa, eu assei numa forma de bolo inglês pequena demais e o bolo também não ficou bonito. Desta vez fiquei tão aborrecida que tive um acesso de choro!

A sorte é que o bolo ficou realmente delicioso, macio e com um sabor azedinho de limão. Formas são mesmo um dilema, inclusive as de silicone! E eu preciso me lembrar: na dúvida entre 2 formas, escolher sempre a maior.

Recomendo muito usar limão siciliano nesta receita, que é mais suave. Mas se quiser usar outro tipo, é melhor usar menos sumo.

Bolo de Limão

3 xícaras de farinha de trigo
4 ovos
1 + 1/2 xícaras de açúcar
100 g de manteiga à temperatura ambiente
1/2 xícara de leite
1/2 xícara de sumo de limão siciliano
extrato de baunilha a gosto
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de fermento em pó
2 colheres (chá) de raspas de limão

Bata muito bem os ovos com a manteiga e o açúcar, cerca de 10 minutos, até ficar bem volumoso. Adicione a baunilha e o fermento.

Desligue a batedeira e incorpore delicadamente o leite, a farinha e por último o sumo de limão.

Por fim, adicione o fermento e misture sem bater.

Assem em uma forma grande de furo ou em duas formas médias para bolo inglês.

Depois de desenformar, polvilhe açúcar de confeiteiro.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Congelamento de vegetais

Olha quanta coisa dá pra manter congelada apenas nas prateleiras da porta no freezer do meu refrigerador duplex: em cima tem cenoura e abobrinha em cubinhos, brócolis, mandioquinha e pimentão. Embaixo, espinafre, mandioca, salsão, abóbora e queijo ralado.

Congelar alimentos e preparos tem sido uma das melhores estratégias para a gente aqui em casa cozinhar e comer com qualidade e variedade.

Antigamente eu comprava e congelava muito alimento processado, mas hoje o espaço do freezer do meu refrigerador duplex de 340 litros está ocupado com vegetais, além de cortes de carnes, aves e peixes, pratos prontos, molhos de tomate e caldos, alguns pães e pizzas, praticamente tudo feito em casa.

O congelamento também evita o problema do desperdício dos vegetais, pois às vezes eu demoro a usar os legumes e verduras que trago da feira.

Não sou especialista em congelamento, mas fiz um curso há muitos anos, continuo a aplicar as técnicas que aprendi e tenho pesquisado um pouco na internet. Neste post, vou contar como eu me organizo aqui em casa com o congelamento, o que não significa que o meu seja o melhor método.

Para falarmos de congelamento, precisamos falar de dois conceitos: branqueamento e congelamento aberto.

O branqueamento consiste em aferventar e em seguida resfriar muito rapidamente os vegetais que serão congelados, provocando um choque térmico, a fim de inibir a ação das enzimas e preservar os nutrientes do alimento.

Branqueamento de brócolis
O tempo de branqueamento depende de cada vegetal, de acordo com a sua consistência, variando de 1 a 3 minutos. Você deve mergulhá-los em água fervente, retirá-los com uma escumadeira e mergulhá-los em uma tigela com água filtrada e cubos de gelo pelo mesmo número de minutos. Em seguida, escorra, elimine toda a água que puder e congele.

O congelamento aberto é o processo de congelar os alimentos fracionados em bandejas, separados, até que endureçam, e só então embalá-los, para que não grudem uns nos outros e seja possível retirar só a quantidade desejada do pacote. Pode-se congelar em aberto bifes, pedaços de aves, hambúrgueres, mas eu uso bastante essa técnica com legumes em geral, rodelas de pimentão, talos de salsão, etc.

Cubos de abóbora em congelamento aberto, antes de serem acondicionadas no saco de congelamento

Os vegetais que costumo ter no freezer são:
- cenoura e abobrinha em cubos pequenos
- abóbora em cubos médios
- mandioquinha em rodelas
- mandioca em metades
- brócolis em buquês
- ervilhas
- pimentão em rodelas ou cubos
- espinafre, só as folhas
- salsinha

Existem muitos outros vegetais que podem ser congelados, mas a minha experiência é com esses. Não é recomendado congelar hortaliças que serão consumidas frescas. E eu raras vezes congelei frutas.

Mandioquinha em rodelas

Então eu faço assim: descasco e corto os legumes; elimino os talos de brócolis, espinafre ou salsinha; retiro as sementes dos pimentões; higienizo tudo direitinho, faço o branqueamento (exceto do pimentão, salsão e folhas em geral), e congelo eliminando o máximo possível de água e retirando todo o ar possível das embalagens.

Sempre tenho alguns pacotes com 1 cenoura e 1 abobrinha em cubinhos, para fazer rapidamente a ração caseira das cachorras ou sopa de legumes pra gente (aqui em casa,  humanos e animais comem comida da mesma qualidade). Como serão consumidos em pouco tempo, não faço o branqueamento neste caso.



Os vegetais congelados perdem a crocância e acumulam água, então não ficam bons para ser consumidos crus. Mas são ótimos na maioria dos preparos cozidos ou assados.

As folhas, como espinafre e salsinha, podem ser trituradas ainda congeladas; basta apertar o saquinho assim que retirar do freezer. É bem prático, evita o trabalho de picar.

Uma regra fundamental do congelamento é: nunca congele duas vezes o mesmo alimento. Em muitos casos, carnes e aves podem ser congelados uma vez cruas e outra cozidas. Se descongelar, não torne a congelar.

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Meu freezer geralmente tem também pratos caseiros prontos, porque eu acho mais fácil cozinhar porções grandes e congelar para as próximas refeições. O trabalho é um só, o tempo de preparo e o consumo de gás são pouca coisa maiores.

Às vezes eu compro 1 kg de carne moída, refogo tudo muito bem só no óleo, e congelo pequenas porções, para sopa, polenta com molho, uma massa à bolonhesa, etc.

Com outro quilo de carne moída, preparo algumas bandejas de quibe de forno e congelo.

Também tenho o hábito de cozinhar de uma só vez 2 kg de pernil em cubos, que a gente adora aqui, e congelar em porções.

Peito de frango, eu cozinho 1 ou 2 por vez na panela de pressão, aí desosso, desfio e congelo em porções. Dá pra fazer recheio de tortas, sopas, risottos, etc.

E claro, quase sempre tenho molho de tomate caseiro no freezer, que eu ensino a fazer aqui.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Segunda sem carne: quibe de abóbora


Nunca pensei que quibe de abóbora pudesse ser tão bom! Saboroso mesmo! Não fica devendo nada ao tradicional, feito com carne.

Eu particularmente gosto mais da abóbora paulista do que da japonesa, a cabotiá. Acho a paulista mais suave. E ela também é mais fácil de descascar.

Nesta receita eu assei a abóbora em vez de cozinhar. Fiz assim: cortei em 4 partes no sentido da altura, tirei as sementes, embrulhei no papel alumínio e levei ao forno até estar molinha. A desvantagem é que demora a assar, mas tem a vantagem de não perder nutrientes, como quando se cozinha na água.

Para rechear, usei ricota amassadinha e temperada com sal e azeite. Mas vale ricota seca, qualquer tipo de queijo, requeijão, etc.

Quibe de Abóbora 

1 xícara de trigo para quibe
1 abóbora paulista média
temperos a gosto (cebola e alho bem picados, sal, garam masala, pimenta-do-reino moída)
hortelã picadinha
meia ricota, amassada e temperada com sal e azeite

Hidrate o trigo e reserve.

Asse ou cozinhe a abóbora até estar bem macia. Amasse bem com um garfo ou espremedor.

Escorra e aperte bem o trigo para retirar toda a água. Misture com a abóbora e tempere a gosto, misturando bem todos os ingredientes, exceto a ricota.

Num refratário médio, coloque metade do quibe, cubra com a ricota e finalize com a outra metade do quibe. Leve a assar por 30 minutos em forno médio pré-aquecido.

Rende 4 porções.

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Este blog tem andado devagar quase parando porque estamos com a cabeça nas férias. Em breve retornaremos ao ritmo normal.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Segunda sem carne: Falafel


Só descobri recentemente algumas delícias da cozinha árabe e as várias possibilidades do grão-de-bico. E gente, quanta coisa boa! Bem-feito pra mim que perdi tanto tempo da minha vida sem saber que era tão bom, quem mandou ser enjoada pra comer?

Mas estou melhorando nesse quesito. Participar de um grupo tão ativo quanto o 365 Dias de Comida Honesta, blogar sobre comida e ter contato com outr@s blogueir@s da área tem me incentivado muito a experimentar e também a me disciplinar.

E o falafel eu descobri há pouco tempo. Comi a primeira vez no Almanara e pirei. Mas sempre me pareceu um prato complicado, e claro, fritura é algo que entra muito pouco aqui em casa. Encontrei uma receita boa no livro Comidinhas Vegetarianas da Rita Taraborelli (falei dele neste post aqui).

Estava tão gostoso que eu mal conseguia esperar fritar e já ia devorando os que estavam prontos.

Falafel
(ligeiramente adaptado daqui)

1 xícara de grão-de-bico
1 cebola pequena picadinha
1 punhado de salsinha picada
Suco de 1/2 limão
1/2 colher (café) de coentro em pó
1/2 colher (café) de canela em pó
1/2 colher (café) de garam masala
1/2 colher (café) de fermento químico
Sal a gosto
Óleo ou manteiga clarificada para fritar

Coloque o grão-de-bico em uma tigela com água filtrada e deixe de um dia para o outro.

Escorra o grão-de-bico e coloque no processador com todos os ingredientes, exceto o óleo ou a manteiga, mais umas 2 colheres (sopa) de água filtrada. Bata bem até o grão-de-bico ficar bem moído.

Aqueça o óleo ou a margarina em uma frigideira. Frite colheradas da massa em óleo bem quente, virando para dourar de cada lado. Escorra em bastante papel absorvente.

Para moldar o falafel, usei uma colher de sobremesa. Pego uma colher de massa e comprimo a massa contra a colher, num formato meio arredondado, despejando direto no óleo.

Você pode servir com coalhada seca temperada com limão e hortelã picado, salada de tomate e pepino, ou acompanhado deste Tzatziki, uma pasta grega de coalhada seca e pepino que a Letícia da Cozinha da Matilde publicou aqui.

1 xícara = 250 ml

sexta-feira, 22 de março de 2013

Nova Seção: Rapidinhas: Torta de quinoa e atum


Eu trabalho em casa e nem sempre tenho tempo para cozinhar. E se eu não me programar direito, acabo comendo mal - pior, gastando muito pra comer mal. De uns tempos pra cá, o que tem me salvado é criar o hábito de manter um bom estoque de ingredientes na despensa e principalmente no freezer. Outra coisa é fazer prato único, para ter o mínimo possível de trabalho.

Assim como eu, muita gente sofre com a falta de tempo ou de disposição para cozinhar. Quem tem que cumprir uma longa jornada de trabalho e ainda enfrentar trânsito, quem tem crianças pequenas ou mesmo quem não sabe cozinhar acaba desanimando na hora de ir para o fogão. Essa realidade tem me estimulado a pensar em ideias práticas para preparar uma refeição caseira em tempo recorde.

Então estou inaugurando mais uma seção (mais uma, Ceci?), "Rapidinhas". Os posts com esse marcador vão trazer preparos bem rapidinhos e práticos de pratos saudáveis e com ingredientes fáceis de encontrar.

Quinoa é um alimento muito nutritivo, e apesar de ter preço alto, rende bastante. O preparo desta torta é basicamente o mesmo desta outra receita de torta de quinoa com espinafre e cream cheese que eu publiquei aqui. Então você pode usar os ingredientes básicos e variar os recheios.

O negócio é o seguinte: você coloca a quinoa para cozinhar na água por 15 minutos. Nesse meio tempo, abre uma lata de atum, pica um tomate, uma cebola e um punhadinho de salsa. Antes de a quinoa estar cozida, ainda sobra tempo para abrir uma garrafa de vinho e checar o e-mail.

Daí é só misturar os ingredientes todos e colocar no forno por 30 minutos. Enquanto isso, dá pra fazer uma porção de coisas, que eu não vou sugerir aqui porque este é um blog de respeito e porque o nome desta seção já diz tudo...

Torta de quinoa e atum

1 xícara de quinoa em grãos
1 lata de atum
1 cebola picadinha
1 tomate picadinho
1 punhado de salsa picada
2 ovos
1/2 copo de requeijão
Sal e pimenta a gosto

Lave bem a quinoa e coloque para cozinhar em 2 xícaras de água e uma pitada de sal, até secar.

Misture numa tigela com os demais ingredientes, acerte o sal e despeje em um refratário médio untado.

Leve ao forno médio pré-aquecido por 30 minutos.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Segunda sem carne: cuscuz dourado


Esta é a terceira segunda-feira consecutiva em que eu não consumo carne. E é engraçado, porque na verdade eu como muito pouca carne na forma de bife e tal, mas acabo consumindo alguns embutidos ou colocando um pedaço de carne ou frango na sopa ou uns cubinhos de bacon na verdura. Então, um dia para conscientemente não consumir carne acaba sendo um exercício de criatividade.

Um dos livros de culinária que comprei nos últimos tempos é o Comidinhas Vegetarianas da Rita Taraborelli (Publifolha). Além de uma porção de receitas atrativas, o projeto gráfico do livro é muito bonito. Eu já tinha testado um bolo e agora separei algumas receitas para estar nas segundas sem carne. A primeira foi esse cuscuz, que é simplesmente delicioso.

Primeiro, é preciso fazer um caldo de legumes, e eu já aproveitei para fazer mais 2 porções extras que foram para o freezer. O restante do preparo foi bem rápido, e o prato ficou bem interessante, aromático e saboroso.

Fiz algumas adaptações nas quantidades, que serve bem 2 pessoas.


Cuscuz dourado com uvas-passas e laranja 
Ligeiramente adaptado daqui 

Caldo de legumes:
1 litro de água filtrada
1 cenoura descascada e cortada no sentido longitudinal
1 talo de salsão
1/2 cebola sem casca (prenda uma folha de louro à cebola usando 3 cravos)
3 dentes de alho
1 ramo de salsinha
1 ramo de manjericão
1 ramo de tomilho

Ferva por 1 hora, coe e reserve.

Refogado de cebola e cenoura:
2 colheres de manteiga clarificada
1 cebola cortada em rodelas finas
2 cenouras cortadas em meia lua
1 colher (café) de cominho em pó
Sal e pimenta do reino a gosto

Aqueça a manteiga clarificada e refogue as cebolas até elas estarem bem douradas ou "caramelizadas". Acrescente a cenoura e refogue bem. Adicione os temperos e continue a refogar até a cenoura estar macia. Reserve.

Cuscuz:
1 xícara (250 ml) de cuscuz marroquino
1 xícara do caldo de legumes (acima)
Suco de 2 laranjas
1 punhado de uvas-passas
Amêndoas em lascas tostadas
Sal e azeite a gosto

Leve ao fogo o caldo de legumes com o suco de laranja, as passas e uma pitada de sal. Quando ferver, despeje sobre o cuscuz e mantenha tampado por 5 minutos para o cuscuz hidratar. Regue com azeite e misture com um garfo.

Cubra com o refogado de cebola e cenoura, salpique as amêndoas e sirva imediatamente.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Segunda sem carne: hambúrguer vegetariano


Em 2003 a campanha Meatless Monday foi iniciada nos EUA para incentivar as pessoas a reduzir o consumo de carne pelo menos uma vez por semana, e logo em seguida Paul McCartney lançou a campanha no Reino Unido. A campanha tornou-se global, e o Brasil também tem a sua Segunda Sem Carne.

Eu, como onívora, reconheço que a indústria da carne tem problemas gigantescos, desde as condições cruéis de criação e abate dos animais até as frequentes denúncias de trabalho análogo ao escravo nessa indústria. Na verdade, a produção mundial de alimentos tem problemas em todas as áreas, e acho que cada vez mais devemos nos conscientizar e mudar hábitos, não apenas para o nosso próprio bem-estar e saúde, mas para pressionar governos e indústrias por alimentos melhores, produzidos com respeito aos trabalhadores, às comunidades e ao meio ambiente, e para que a agricultura familiar e os pequenos comerciantes locais não sejam engolidos pelos interesses dos mercados.

Então estou inaugurando esta seção 'Segunda sem Carne' aqui no blog para consolidar o hábito e testar novos sabores e combinações. E este hambúrguer é delicioso!

Tenho tentado facilitar minha própria vida cozinhando volumes maiores e tirando o máximo proveito dos congelamentos. Então cozinhei logo um pacote inteiro de grão-de-bico e separei em porções. Fiz homus, preparei estes hambúrgueres e ainda congelei mais 3 porções de grão-de-bico para preparos coringa.

Você também pode comprar grão-de-bico pré-cozido, daquele vendido em caixinhas. Já usei, gostei, e segundo o fabricante, não tem conservantes. Mas claro que é muito mais econômico cozinhar o grão-de-bico em casa.


Hambúrguer vegetariano




1 xícara de grão-de-bico cozido e escorrido
1 xícara de cenoura ralada
2 colheres (sopa) de iogurte natural (usei iogurte caseiro, receita aqui)
2 colheres (sopa) de suco de limão (usei limão galego)
2 colheres (sopa) de farinha integral
1 colher (chá) de curry em pó
Um punhado de salsinha finamente picada
Sal a gosto

Processe o grão-de-bico com o iogurte, o suco de limão, o curry e o sal. Passe para uma tigela e acrescente a cenoura ralada, a farinha integral e a salsinha.

Misture bem e divida em 6 porções. Modele os hambúrgueres.

Leve ao fogo em frigideira antiaderente com um fio de azeite até os hambúrgueres ficarem dourados.

Podem ser congelados crus.

Rendimento: 6 unidades
1 xícara = 250 ml

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Lanche saudável: maçã assada


Em 2010 hospedamos duas intercambistas norte-americanas por um mês, e foi uma experiência bem interessante. Elas estavam participando de um projeto de saúde pública e faziam parte de um grupo de alunos de diversas universidades dos EUA que passou um mês em cada país: África do Sul, Vietnam e Brasil.

Foi um mês bem agradável pra gente, com toda a troca cultural. Elas eram bem simpáticas e nós a levamos para conhecer alguns dos hábitos "gastronômicos" paulistanos: tomar café na padaria, comer pastel e tomar caldo-de-cana na feira, e claro, fizemos uma feijoada, com direito a caipirinha.

Em retribuição, elas e mais dois companheiros de viagem foram para a cozinha algumas vezes e nos surpreenderam com guloseimas da terra do Tio Sam: uns biscoitinhos deliciosos e crocantes chamados "sneakerdoodles", um cheese cake que fizeram de surpresa para o Lucas (ele tinha feito muito mimimi por causa do cheese cake e ficou todo feliz), e estas deliciosas maçãs assadas, que são uma ideia ótima para o lanche das crianças, fáceis de fazer e muito saudáveis.


Maçãs Assadas

4 maçãs (qualquer tipo)
3 colheres (sopa) de aveia em flocos
2 colheres (sopa) de açúcar mascavo
2 colheres (sopa) de manteiga à temperatura ambiente
1/2 xícara (chá) de passas sem semente
1/2 colher (chá) de canela em pó

Lave e seque as maçãs. Com uma faca afiada, abra um círculo na parte superior de cada uma delas e retire a tampa e a parte central da fruta, descartando as sementes.

Use uma colher de sobremesa para retirar todo o miolo das maçãs, preservando as laterais. Tome muito cuidado para não furá-las.

Pique todo o miolo das maçãs que você retirou e misture com os demais ingredientes. Agora recheie cada maçã com essa mistura e embrulhe em papel alumínio.

Leve ao forno pré-aquecido por cerca de 20 minutos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Pequeno guia de condimentos e temperos

É possível fazer comida saborosa sem usar caldos prontos e realçadores de sabor, que contêm muito sódio e aditivos químicos? Claro que sim! E gastando muito menos!

No começo eu não sabia como usar as especiarias, mas é questão de ir experimentando e aumentando o repertório. Apresento aqui algumas das especiarias e temperinhos que tenho em casa, e a minha experiência pessoal com elas. Ainda tenho muito a descobrir, mas testar os condimentos é quase uma alquimia.  

Algo que eu aprendi recentemente é que a melhor forma de usar os condimentos é refogá-los no óleo ou azeite em preparos salgados, para potencializar os sabores e ativar os aromas. Costumo adicioná-los, junto com o sal e o alho moído, assim que a cebola já está refogadinha e começando a ficar transparente. 

Da esquerda para a direita: mostarda em grãos, garam masala e curry
Mostarda: Ganhei da minha amiga Vevê, mas confesso que uso pouco. Ela me ensinou a colocar as sementinhas para estourar no azeite do refogado. O sabor é bem interessante.

Garam masala (ingredientes: cardamomo, canela, cravo, pimenta preta, noz moscada, pimenta calabresa, c. de laranja): É uma mistura que muita gente prepara em casa, com variações, mas esta eu comprei no Mercado da Cantareira. Vai muito bem em pratos indianos. Eu sempre uso no dahl de lentilha.

Curry (ingredientes: coentro, pimenta calabresa, pimenta preta, pimenta da Jamaica, feno grego, fubá, açafrão, canela e noz moscada): Um dos meus condimentos favoritos. Além de pratos tradicionais, como o curry indiano e o frango com curry chinês, eu gosto bastante de adicionar curry ao refogado de carne moída ou ao molho de tomate. Usado em pequena quantidade, é muito aromático sem ser picante.

Da esquerda para a direita: gengibre em pó, páprica e coentro em pó
Gengibre em pó: Eu particularmente uso gengibre em pó mais em preparos doces, principalmente no biscoitinho de gengibre e no pão de mel. Mas o gengibre é um ingrediente central da culinária oriental.

Páprica: Adoro colocar páprica em quase tudo. Nos mercados você encontra a páprica doce e a picante. Ela é muito usada na culinária alemã, e combina muito com carne de porco. Fica ótima com pernil, mas também vai bem em patês.

Coentro: É a semente moída. Uso sempre no feijão e em carnes em geral.


Da esquerda para a direita: ervas finas, cominho e pimentas sortidas
Ervas finas (ingredientes: orégano, salsa, sálvia, estragão, manjerona, manjericão, tomilho): Apesar de preferir usar as ervas frescas, essa mistura é muito boa para dar um toque final a massas e aves.

Cominho: Bem aromático, para mim é um ingrediente indispensável no preparo de grãos em geral, especialmente feijão. E também em carnes.

Pimentas sortidas (ingredientes: pimenta-do-reino branca, pimenta-do-reino preta, pimenta rosa e pimenta da Jamaica): A pimenta moída na hora é muito superior à pimenta que você compra moída. Dizem que a pimenta-do-reino branca é mais saudável do que a preta. A pimenta rosa é bastante usada em preparos doces, mas eu não gosto muito dela. A mistura das várias pimentas equilibra os sabores e perfuma. Use sempre como toque final do prato.

Da esquerda para a direita: chili, tempero baiano e tomilho (fresco e seco)
Chilli: É uma mistura de pimenta malagueta, cominho e outras especiarias, por isso é bem picante e deve ser usado com cuidado, exceto se você gostar de comida muito apimentada. É típico da culinária mexicana.

Tempero baiano (ingredientes: coentro, cúrcuma, cominho, glutamato monossódico, orégano, pimenta-do-reino, pimenta calabresa): Comprei essa mistura no Mercado da Cantareira, mas fiquei meio desencantada quando vi que a misturinha inclui glutamato monossódico. Fica muito bom na moqueca.

Tomilho: Tenho um vasinho de tomilho que, além de tudo, é uma graça de planta. Uso bastante em molhos. A erva seca fica ótima com massas e sopas.

Da esquerda para a direita: chimichurri, lemon & pepper e noz moscada

Chimichurri (ingredientes: cebola, alho, salsa, cebolinha, orégano, pimentão, tomate, manjericão, pimenta calabresa, mostarda, louro, noz moscada e pimenta-do-reino preta): É praticamente um vinagrete, só que mais latino.

Lemon & pepper (ingredientes: sal, cúrcuma, óleo de soja, sílica (agente antiumectante?), ácido cítrico, alho, glutamato monossódico, aroma de limão, pimenta preta e cebola): Outra misturinha que, depois que comprei, fiquei meio broxada porque tem glutamato e essa tal de sílica. Mas relevei e temos usado bastante para temperar filé grelhado.

Noz moscada: Ah, essa é essencial em molhos brancos. Sempre ralada na hora. Mas tem que tomar cuidado para não exagerar, porque fica muito forte.

Da esquerda para a direita: canela em casca e moída, cardamomo em bagas e moída, cravo em flor e moído

Canela: Acho que a canela é um dos condimentos mais versáteis que existe. Em casca, vai bem em todos os doces com calda, arroz doce e canjica. Em pó, fica perfeito polvilhada sobre iogurte. Dá sabor e aroma intensos a bolos. Mas você já experimentou colocar uma pitada de canela no feijão? Fica divino!

Cardamomo: É uma especiaria muito aromática, bastante usada na culinária indiana. Usei neste bolo de figo, junto com canela e cravo, e uau, a casa ficou muito perfumada!

Cravo: Em flor, também dá sabor a doces com calda. Em pó, fica ótimo em pão de mel e em bolos. Mas precisa ser usado com moderação, porque é forte.

Da esquerda para a direita: flor de sal e folhas de louro
Flor de sal: Para falar desse tipo de sal, que recentemente entrou para a lista dos ingredientes gourmet, ninguém melhor do que minha amiga Letícia Massula, da Cozinha da Matilde. Ela, que possui uma pequena coleção de vários tipos exóticos de sal), publicou um post muitíssimo bem explicado sobre sal, depois de fazer uma visita a uma salina em Portugal. Aqui o post.

Louro: Finalmente, a folha de louro, que na Grécia antiga era usada na confecção das coroas dos heróis e atletas nacionais. Indispensável no feijão, em carnes e ensopados em geral.

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Um adendo: A Babi Lopes foi uma das pessoas que estimulou minha curiosidade com os condimentos. Ela tem um post delicioso sobre o assunto, aqui. Mas não deixe de ler os outros posts. A Babi tem uma visão admirável sobre cultura e política. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Memórias da infância: torta de ricota com cobertura de groselha


Minha mãe fazia esta torta quando nós éramos crianças. Eu não sei qual é exatamente a receita que ela usava, mas tentei fazer da forma mais simples possível, sem farinha, não muito doce, e ficou muito boa.

Claro que uma cobertura mais "nobre" deve ficar ótima, como uma boa geleia, uma goiabada cremosa ou mesmo frutas em calda. Mas a minha vontade era mesmo a torta com cobertura de groselha - que aliás o Lucas adora!

Torta de ricota com cobertura de groselha

1 ricota de aproximadamente 400 g
1 lata de leite condensado
2 ovos grandes
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sobremesa) de extrato de baunilha

Bata todos os ingredientes no liquidificador, despeje em refratário untado e leve a assar em forno médio pré-aquecido por cerca de 30 minutos, até estar firme.

Cobertura de groselha

1 xícara de água
1/2 xícara de xarope de groselha
1 colher (sopa) de amido de milho

Dissolva o amido de milho na água, junte a groselha e leve ao fogo até engrossar. Despeje sobre a torta e deixe esfriar.

Obs.: 1 xícara = 250 ml

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Outra sobremesa que é bem fácil de fazer é o clafoutis. Veja aqui e varie as frutas.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Horta no apartamento

O que é uma cozinha honesta sem ervas fresquinhas e orgânicas, não é mesmo?

De uns tempos pra cá eu me animei novamente com a hortinha.

Mas havia duas questões: a primeira é que manter os vasos na janela da lavanderia era um problema porque, quando chovia, a terra espirrava no parapeito e no vidro, fazendo muita sujeira. Além disso, ali bate bastante vento e alguns vasos se ressentiam bastante.

Vasos de ervas na janela da lavanderia em 2011
Resolvi esse problema pendurando 3 vasos um embaixo do outro, enganchando as correntes, que encurtei um pouco. A ideia foi da Carol Costa, do Minhas Plantas, quando ela esteve aqui. Gostei muito do resultado. Estes 6 vasos estão na porta da cozinha para a lavanderia, bem de frente para a janela. Em breve vou colocar mais 3 vasos ao lado da janela, e tentarei plantar alface. Vamos ver se vai funcionar...

Minha hortinha vertical: tomilho, alecrim, salsa, hortelã e manjericão
A segunda questão é que eu sempre fico cabreira quando compro aqueles vasos de ervas lindões, com folhas enormes. Aquilo não deve ser orgânico, certo? Vai saber o que os caras colocam para as ervas ficarem assim tão vistosas. Tanto é que, por exemplo, com hortelã, depois que eu colho as primeiras folhas, as seguintes nascem muito menores.

Então eu estou fazendo algumas experiências com sementes - algumas obtidas dos próprios produtos e outras de saquinho.

O limão siciliano foi uma grata surpresa e que me animou muito. Recolhi um punhadinho de sementes, lavei e deixei um bocado de tempo secando num potinho. Até mais do que o tempo recomendado em algum site que consultei, que era de 15 dias. Acho que deixei 2 meses. Mesmo assim, joguei num vasinho de terra e muitas mudas brotaram. Distribuí a vários amigos e estou com 3 mudinhas plantadas num vaso definitivo.

Pezinhos de limão siciliano
Com as sementes de saquinho, tentei pimenta dedo-de-moça, cebolinha e tomate cereja. Mas até agora, quase um mês depois, só a pimenta brotou.

Mudinhas de pimenta dedo-de-moça
Em todo caso, a Feira de Plantas do Ceagesp costuma ser a minha fonte principal de vasos de ervas e acessórios (terra, ferramentas, adubos, etc.). Funciona às terças e sextas, da madrugada até às 10h00. Algumas pessoas costumam comprar na noite anterior, quando os caminhões começam a chegar ao Ceagesp e estacionam nos arredores, mas pra mim a feira cedinho está de bom tamanho.

Pé de tomate cereja
Na minha última visita à feira, comprei este lindo pé de tomate cereja, além de alguns vasos de erva. Os preços são muito bons: paguei R$10,00 no pé de tomate, R$6,50 no vaso de barro em que plantei o limão siciliano, e R$4,00 cada vasinho de erva.

Ah, e vale pelo passeio! É um astral muito bom passear no meio de tantas plantas lindas!
Feira de Plantas do Ceagesp (foto do Instagram)
Tenho agora uma página no Facebook para trocar ideias e experiências sobre pequenas hortas, chamada Mini-Horta (clique aqui).


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Frango agridoce com tamarindo e mel


Não é uma delícia quando a gente consegue fazer um prato rapidinho, sem complicações, e fica uma delícia? E quando leva um ingrediente novo?

Eu tinha uns tamarindos que a minha amiga Ana Rüsche me mandou. Nunca tinha usado essa fruta, e só me lembro de ter consumido tamarindo em suco, quando era criança.

Dei uma olhada em alguns livros de receita e pela internet, e embora a maioria das receitas leve pasta de tamarindo, resolvi arriscar com a fruta e deu certo. Engraçado é que o Lucas experimentou e achou uma delícia. Eu, claro, só contei que tinha tamarindo depois de confirmar que ele tinha gostado mesmo. Mas bastou contar pra ele fazer uma cara do tipo "pensando bem, não é tão bom assim". Filho enjoado é o que há, né?

Frango agridoce com tamarindo e mel

4 filés de frango cortados em tiras
1 cebola cortada em pétalas
1/2 pimentão vermelho fatiado
Óleo, sal e pimenta
1 colher (sopa) de pasta de tamarindo ou 4 unidades de tamarindo
1 colher (sopa) de mel
Xerém de castanha de caju (opcional)

Se você for usar a fruta, descasque-as e leve a polpa ao fogo com um pouco de água até a fruta amolecer e ficar com a consistência de pasta. Retire os caroços e reserve.

Tempere as tiras de frango com sal e pimenta. Sele-as numa frigideira de bordas altas ou panela com pouco óleo, até estarem bem douradas. Reserve.

Na mesma panela, adicione uma colher (sopa) de óleo e refogue a cebola e o pimentão. Coloque a pasta de tamarindo, o mel e cerca de 50 ml de água. Assim que o molho estiver um pouco mais encorpado, volte as tiras de frango para a panela e mantenha no fogo mais um minutinho.

Se desejar, espalhe xerém de castanha de caju sobre o frango na hora de servir.

Rende 2 porções