Quem me conhece sabe que eu gosto muito de plantas. Na minha varanda de apenas 3 m2 tenho muitos vasos, principalmente nas paredes, e mais algumas plantas na floreira da janela do escritório, entre elas uma alamanda amarela onde penduro bebedouros e coloco uma fruta todo dia e recebo visitas de passarinhos enquanto trabalho.
De todas as plantas, as minhas favoritas são as orquídeas. Elas ocupam uma parede lateral da varanda. Estou longe de ser uma especialista, sou apenas uma curiosa, que aliás até uns poucos anos atrás não sabia o que fazer com uma orquídea nova quando acabava a floração.
© Cecilia Santos - Arquivo pessoal - Proibida a reprodução |
Com muito talento, simpatia e perseverança, a Carol tem feito cada vez mais sucesso e há algumas semanas estreou em um programa na GNT, o Mais Cor Por Favor. Posso dizer que a maior parte do que eu sei sobre plantas, aprendi com ela.
Com isso, meus vasos de orquídeas foram aumentando em quantidade, cores, florações. Volta e meia ganho uma orquídea nova. E como de vez em quando alguém me pede algumas dicas, resolvi escrever este post, sem a pretensão de ensinar, mas apenas para contar como eu cuido dos meus vasos. Se ajudar alguém a perder o medo de cultivar orquídeas, ótimo.
Quando ganho um vaso novo, a primeira coisa que faço é me livrar da embalagem, por mais bonita que seja, para permitir a drenagem da água. Se não for possível drenar a água, eu apenas borrifo bem a superfície do vaso com um borrifador. E assim que termina a floração eu replanto em um vaso de barro.
Para exemplificar, vou mostrar como recuperei a orquídea de uma amiga. Ela ganhou uma phalaenopsis plantada em um cachepô de metal. Depois de algumas semanas, as folhas começaram a murchar. Eu trouxe aqui para casa para replantar, e quando tirei a planta do cachepô, descobri esse tantão de água no fundo. As raízes estavam apodrecendo, pois a água não era drenada.
Aí vem a parte mais radical, que se eu não tivesse aprendido com a Carol e feito em todos os meus vasos com sucesso, eu morreria de medo: tiro todo o substrato velho e lavo as raízes em água corrente. No caso da orquídea da minha amiga, as raízes estavam esbranquiçadas, mas ela não tinha mais nada a perder.
Depois de lavar bem, eu pego um punhado de esfagno (é uma espécie de musgo seco, que tem pra vender na feira de plantas da Ceagesp), umedeço, espremo e coloco no meio das raízes.
O vaso ideal é de barro com furinhos. No fundo eu coloco uma camadinha de argila expandida ou pedaços de isopor daquelas bandejinhas de supermercado. Aí coloco um pouco de substrato especial para orquídea, acomodo a planta e preencho todo o vaso com substrato, para ficar bem firme.
Quando a gente replanta uma orquídea, precisa atentar para o tipo de crescimento de cada espécie. Algumas crescem verticalmente (as chamadas orquídeas de crescimento monopodial), mas outras crescem para frente (são chamadas de simpodiais), e nesse caso é preciso encostar a orquídea na parte de trás do vaso, para dar espaço para a planta se desenvolver horizontalmente.
Rega e sol
Já ouvi muita gente dizer que orquídea não gosta de água. Na verdade, ela não suporta acúmulo de água nas raízes, por isso a drenagem tem que ser muito boa. Mas eu rego os meus vasos abundantemente, todos os dias no alto verão e a cada 2 dias no restante do ano.
O bom do vaso de barro é que ele absorve o excesso de água e "respira" com a planta, ao contrário do vaso de plástico. Mas tem gente que cultiva superbem em vaso de plástico.
Minha varanda recebe o sol da tarde. Eu não sei se é o ideal para as orquídeas, mas elas parecem bastante satisfeitas lá.
Adubação
Eu adubo minhas orquídeas com bokashi, um adubo orgânico fácil de encontrar em lojas de artigos para jardinagem. Coloco uma colher de sobremesa em cada vaso a cada 3 meses. E costumo borrifar as orquídeas com um adubo foliar especial para orquídeas.
Além disso, a intervalos de 1 ou 2 anos é preciso trocar o substrato, que fica velho.
***
A orquídea da minha amiga se recuperou rapidamente depois de replantada, nasceram duas folhas novas, e um broto aéreo surgiu em uma das hastes. Tempos depois ela foi morar no tronco de uma árvore no quintal.
Para quem tem curiosidade e interesse no assunto, sugiro navegar pelo site Minhas Plantas, especialmente na aba TV, subscrever o canal no YouTube e assistir o programa da Carol no GNT.
E encarar as plantas sem medo de ser feliz. Se a gente pensar, o trabalho é mínimo: regar leva apenas alguns minutos. Costumo dizer que a jardinagem me ensina a ser mais paciente, perseverante e contemplativa. A natureza retribui com beleza e harmonia.